Porsche - Máquina de som

Máquina de som

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A temporada atual vai até junho de 2019, oferecendo assim duas edições das 24 Horas de Le Mans

A Porsche planeja o grande ataque às categorias GTE de Le Mans: dez 911 RSR querem deixar sua marca no clássico de longa duração – em termos sonoros, eles estão em todo caso bem na frente.

Quem já o ouviu uma vez, não o esquecerá jamais: o inigualável som do atual 911 RSR. Esse estrondo agudo, claro e extasiante do motor boxer de quatro litros e altas rotações, cujo barulho da combustão não deixa nada a dever a um turbocompressor, quando atravessa a noite de Le Mans a mais de 300 km/h. Puro arrepio, inconfundível. Uma sinfonia alucinante de seis cilindros para os ouvidos dos verdadeiros fãs da Porsche. O carro de corrida mais rápido dos mais de 50 anos de história da série de modelo 911 é uma revelação acústica.

A maior participação na categoria GT de todos os tempos

As muitas centenas de milhares de peregrinos de Le Mans, que nos dias 16 e 17 de junho voltam a se reunir na missa da velocidade máxima do Circuit des 24 Heures, já podem ir se alegrando com o especial manjar dos deuses para os ouvidos. Logo dez exemplares do 911 RSR querem transformar o clímax do ano de endurance em um festival da alta velocidade. Quatro carros de fábrica da Porsche competem na categoria GTE Pro com cinco fabricantes concorrentes: Ferrari, BMW, Ford, Corvette e Aston Martin – uma situação inicial tão empolgante quanto explosiva, que irá marcar os acontecimentos na mais clássica das 24 Horas. Na categoria GTE Am, equipes de clientes profissionais irão competir com mais seis RSR, muitas vezes com pilotos de fábrica da Porsche ao volante. É a maior participação de todos os tempos do fabricante suábio de esportivos na categoria GT em Le Mans.

A Porsche participou pela primeira vez em 1951 da famosa corrida de longa duração à beira do rio Sarthe. O 356 SL com o número de largada 46, pilotado pelos franceses Auguste Veuillet e Edmond Mouche, venceu de primeira em sua categoria. Desde então, foram 19 vitórias gerais e 136 vitórias de categoria. A maior parte dos sucessos deve-se ao Porsche 911, a espinha dorsal da marca, tanto na época quanto hoje. Sua história é inseparável do automobilismo. Seu aprimoramento contínuo e ambicioso para Le Mans também marcou o caráter dos modelos de série – até hoje.

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Temporada incrível: 8 corridas em 13 meses
2018
5 de maio: 6 Horas de Spa-Francorchamps, BEL
16/17 de junho: 24 Horas de Le Mans, FRA
19 de agosto: 6 Horas de Silverstone, GBR
14 de outubro: 6 Horas de Fuji, JPN
18 de novembro: 6 Horas de Shanghai, CHN

2019
16/17 de março: 12 Horas de Sebring, EUA
4 de maio: 6 Horas de Spa-Francorchamps, BEL
15/16 de junho: 24 Horas de Le Mans, FRA

Liberdades tomadas até os últimos detalhes

Baseado no 911 GT3 RS, o RSR atual está na ponta desta evolução. O elemento central de seu chassi de aço saiu da linha de montagem em Zuffenhausen. Produção em série. No Centro de Automobilismo, os especialistas da Porsche fizeram em seguida a meticulosa montagem à mão. As liberdades que lhes foram oferecidas pelo regulamento da série GTE foram todas tomadas até os últimos detalhes. Assim, muitas peças da carroceria extremamente aerodinâmica foram feitas de fibras de carbono leves, ao passo que uma gaiola de proteção de aço soldada confere ao carro de corrida uma estabilidade maior e a melhor proteção possível ao piloto.

Mesmo a posição de instalação do motor aspirado de 510 cv não foi poupada pelos construtores. Ele não se encontra mais na traseira, mas na frente do eixo traseiro. Isso abre mais espaço na parte inferior da carroceria para o grande difusor de ar, que produz força descensional, sem que para isso haja desvantagens significativas na aerodinâmica. Com isso, o RSR pode fazer curvas ainda mais rápido, enquanto a resistência do ar, decisiva nas altas velocidades de ponta, se torna praticamente inalterada – o que é uma vantagem justamente nos trechos nos quais se dirige a todo gás em Le Mans. No eixo traseiro, pressões aerodinâmicas para baixo adicionais são geradas pelo aerofólio suspenso acima da traseira. Ele também melhora significantemente a eficiência aerodinâmica.

Em 2018, o 911 RSR já vai para a sua segunda temporada – e, no que toca o Campeonato Mundial de Endurance da FIA, ela não é brincadeira. A temporada começou em abril deste ano e vai até junho de 2019. Com isso, ela engloba logo duas edições das 24 Horas de Le Mans, assim como as 12 Horas de Sebring, na Flórida, e mais cinco corridas de respectivamente seis horas. Dois dos quatro RSR de fábrica não competirão no Mundial de Endurance, mas em todas as doze corridas da série norte-americana WeatherTech da IMSA, além de correrem como convidados em Le Mans.

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Decátlon moderno
O RSR está na ponta da evolução do Porsche 911 – ele é a variante mais veloz da série de modelo para corridas do icônico carro esportivo e está pronto para a aventura em Le Mans. Neste ano quatro carros de fábrica e seis de clientes competem nas 24 Horas

Insights para os modelos de série

Diante dessa programação de maratona, os atributos eficiência e resistência, tradicionalmente as atribuições dos carros de corrida da Porsche, se tornam mais o centro das atenções. O esportista GT de ponta estreou ainda mais seguro na sua segunda temporada. Nos últimos anos, os engenheiros coletaram muitos dados, de modo que uma configuração de base já está à disposição para todos os percursos. As equipes de clientes também lucram com isso.

Independentemente de como se desenrolar o ano automobilístico de 2018 para o 911 RSR, algo já está claro agora: os modelos de série do fabricante de esportivos também lucram rapidamente com os insights obtidos pela Porsche sob as condições mais rigorosas durante as duras atuações em corridas – e, com isso, também os clientes. O mais recente exemplo é o novo 911 GT3 RS, que comemorou seu lançamento mundial em março, no Salão do Automóvel de Genebra. O seu motor aspirado de 4,0 litros e 520 cv (383 kW), que permite um torque de até 9.000 rpm, contém muito know-how do 911 RSR.

Texto Klaus-Achim Peitzmeier
Fotos Porsche